terça-feira, 8 de setembro de 2009

Pensar global, agir local


Ditaram os calendários que este ano iríamos ter duas eleições em fins de Setembro/inícios de Outubro. Primeiro as legislativas, depois as autárquicas. Muito se debateu na altura sobre a conveniência ou não de as marcar para o mesmo dia, mas acabou por se decidir pela separação. Assim, as legislativas não retirariam a importância e o mediatismo que as autárquicas merecem.

Já começaram os debates televisivos, também os outdoors de campanha já se encontram espalhados pelo país. Para as legislativas e para as autárquicas, pois claro. Ora a questão aqui são precisamente os outdoors das campanhas autárquicas, mais especificamente do PS e PSD, nos concelhos de Gaia e Porto (desconhecendo se a situação é a mesma no resto do país).

Ignorando se é uma decisão da concelhia, da distrital ou da própria direcção do partido, o facto é que os dois partidos optaram por cartazes iguais para os vários candidatos (às freguesias). Assim, cada partido tem um design comum, o que muda é o nome e a fotografia do candidato e o slogan, pequeno.

Como eleitor, a situação desagrada-me. Porque não vou votar no partido, mas sim no candidato. Daí que o cartaz se devesse focar na pessoa que concorre ao cargo de presidente, com a mensagem que cada um tem a transmitir. E não apenas três ou quatro palavrinhas, enquadradas na grande moldura do partido. Do ponto de vista da comunicação, parece um erro. Porque uma pessoa que viaje pelo concelho repara que é tudo igual, pouco muda. E vivemos numa altura em que a sociedade exige uma atenção especial, precisa de sentir que se está a falar especificamente para si (no caso, para a população dessa freguesia).

É muito duvidável que isto se verifique quando o eleitor constata que não há essa "personalização". Passa a encarar a situação do ponto de vista do partido, e não do candidato - perde, deste modo, o poder de atracção que poderia exercer se a aposta fosse numa comunicação "individualizada". Como já foi dito e assumido por vários especialistas, podemos pensar globalmente, mas devemos agir a nível local.

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