sexta-feira, 9 de maio de 2008

Jornalismo Assistido por Computador

O que é?

Jornalismo Assistido por Computador (JAC) é a expressão utilizada para definir as transformações e inovações que o computador proporcionou ao jornalismo. Em inglês, esta noção apelida-se de "Computer Assisted Journalism", derivando do conceito de "Computer Assisted Design" (que se reporta à revolução sofrida pelo desenho industrial com a utilização de programas informáticos). Com a utilização do computador pelos jornalistas, um novo mundo de ferramentas e oportunidades ficaram disponíveis.

Como diz António Fidalgo, a noção de JAC identifica-se com a de CAR ("Computer Assisted Reporting", reportagem assistida por computador) no que diz respeitoà utilização dos computadores. Contudo, enquanto o CAR apenas vê o computador como ferramenta de trabalho do jornalista, o JAC " (...) comporta também a forma de difusão das notícias, não já em papel, mas em digital on-line. (...) ".

Que inovações e alterações trouxe o JAC?

Com a utilização do computador, o jornalista passou a ter ao seu dispôr uma série de ferramentas que vieram, sem dúvida, transformar a área. Começando pelas coisas mais simples de utilizar nos computadores, os processadores de texto: estes, ao contrário das máquinas de escrever, permitem emendar o texto, reescrevê-lo, guardar os textos que podem ser posteriormente citados, recuperados, copiados... Como destaca António Fidalgo (ver links abaixo indicados), " (...) ao entregar o texto em forma digital, o jornalista obvia o perigo de gralhas introduzidas por tipógrafos ou compositores (...)".

Há ainda muitos outros programas e aplicações que podem ser de extrema utilidade ao jornalista - bases de dados, folhas de cálculo, programas de agenda ou estatística -, ajudando-o numa gestão mais organizada da informação, facilitando consultas de dados ou comparações.

Outra potencialidade dos computadores - e talvez a mais importante no que diz respeito ao JAC - é a Internet. Como diz Hélder Bastos, citado por António Granado (ver links abaixo indicados), , " (...) podemos situar a Internet como uma componente essencial do jornalismo assistido por computador, o qual engloba (...) a pesquisa online". De facto, com a Internet, o jornalista passou a ter acesso a um volume incalculável de informação. Fazendo uso da Internet, o jornalista pode consultar informação de várias partes do mundo, receber notícias directamente das agências de notícias, participar em grupos de discussão, subscrever newsletters, contactar fontes diversas e longínquas, aceder a bases de dados ou documentos que estejam online - enfim, tem ao seu dispôr um "veículo" que o leva até à informação, onde quer que ela esteja.

Como salienta António Fidalgo (ver links abaixo indicados), " (...) buscar informação na Internet é algo trivial que um computador possibilita, trivialidade que, no entanto, altera radicalmente, a forma de investigar, tratar e redigir as notícias próprias. (...)".

O JAC é, portanto, uma revolução na maneira de fazer jornalismo, na medida em que o jornalista tem ao seu dispôr vários instrumentos e ferramentas que lhe permitem transmitir informação mais completa, cuidada e rigorosa. Obviamente que o JAC também tem algumas condicionantes, como as necessidades de o jornalista dominar as tecnologias e a de ter de ter cuidado com as fontes que utiliza, uma prática já anterior ao JAC, mas que se mantém (e talvez até aumenta) devido à proliferação de informação na Internet.

Lista de links de interesse sobre o assunto

Sem comentários: